sábado, 8 de novembro de 2008

companhia de jesus no brasil

Em Portugal a Companhia de Jesus havia sido favorecida desde 1540, durante o reinado de D. João III, e graças a ele os jesuítas puderam estabelecer-se na América portuguesa sem encontrar os impedimentos colocados aos jesuítas espanhóis por Filipe II e pelo Conselho das Índias. Junto com o primeiro governador-geral vieram para o Brasil os primeiros jesuítas: os padres Manuel da Nóbrega, Leonardo Nunes, António Pires, Aspicuela Navarro, Vicente Rodrigues e Diogo Jácome. Anchieta, um rapagão de dezanove anos, veio na leva seguinte. Nóbrega, que viera à frente dos demais, tornou-se Provincial com a fundação da província jesuítica brasileira, em 1553. Apesar de não ter sido a primeira ordem a instalar-se, tomou-se a mais importante e a que teve maior influência na vida colonial brasileira.
As missões geralmente acompanharam as migrações dos indígenas à medida que estes fugiam dos principais centros de colonização, tentando escapar da escravização a que os colonos os submetiam. Dessa forma fixaram-se principalmente no sertão, em regiões que não apresentavam atractivos de exploração imediata, o que não quer dizer que estivessem isentas de investidos, que não formassem elas mesmas um alvo de cobiça dos colonizadores, pela quantidade de índios domesticados que alceavam. Os seus principais redutos localizaram-se no deserto do norte do México, nas orlas da floresta amazónica e no interior da América do Sul. Pela forma com que se organizaram, evoluíram como economias viradas para a produção de excedentes comercializáveis pelos religiosos.
Este modo de produção teve uma gravitação decisiva na extensa região que actualmente compreende a República do Paraguai, grande parte das províncias argentinas de Missões, Corrientes, Santa Fé, Chaco e Formosa, o Estado brasileiro do Paraná e os departamentos de Artigos, Salto, Paissandu, Rio Negro e Tacuarembo na República Oriental do Uruguai.