quarta-feira, 3 de junho de 2009

A Débil

Eu, que sou feio, sólido, leal, 
A ti, que és bela, frágil, assustada, 
Quero estimar-te sempre, recatada 
Numa existência honesta, de cristal. 


Cesário Verde, in 'O Livro de Cesário Verde'


Com esta parte do poema Cesário Verde quer mostrar "A Débil" é uma mulher da cidade que não lhe pertence, sente-se apaixonado por ela, mas é sem dúvida um amor proibido. Para ela "A Débil" é uma mulher perfeita, que ele quer estimar e por numa "redoma de cristal", esta é uma mulher frágil.

O poeta mostra-se vulnerável ao escrever sobre esta mulher, ela consegue ter muita influência sobre ele, não se acha bom para ela, pois ela é a perfeição.





" Além de ser uma réplica do realismo irónico Queirosiano (...) o realismo lírico de Cesário Verde será o seu esforço de autenticidade anti-retoricista, com versos magistrais, salubres e sinceros" 

Cesário Verde tem uma visão objectiva da realidade e reflecte sobre o progresso e evolução da sociedade, através disto faz uma reflexão critica sobre a sociedade.
Para Cesário Verde, ver é perceber o que se esconde na realidade, este capta as impressões que as coisas lhe deixam, analisa minuciosamente através dos sentidos e interpreta com grande nitidez. É considerado um "lírico realista" poeta do quotidiano. Torna-se realista pela sua visão critica de sociedade. 
Cesário usa uma linguagem objectiva e imagens extremamente visuais de modo a dar uma dimensão realista do mundo daí ele ser chamado de "poeta-pintor".